sábado, 26 de novembro de 2011
Trabalho do 9º ano
Alunos do 9º ano da Escola Municipal Professora Oscarina Santos, desenvolvendo um trabalho sobre gênero textual - relatório cientifico; foi feito uma expariência sobre vulcão por essa equipe: Jorge, Rayssa, Carlos Miguel, Renan Moreira, Gabriel e Laisa. Parabéns pelo grande desempenho que conseguiram obter. Um abraço!Continuem assim bem interessados.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Resumo da obra O Rebelde de Inglês de Sousa ( 2ª fase)
RESUMO DA OBRA DE INGLÊS DE SOUSA
O REBELDE
Reaparece em “O rebelde” o problema da data apontado no conto Quadrilha de Jacó Patacho: a história contada por Luís sobre sua amizade com Paulo da Rocha e a experiência vivida pelos dois relacionada a Cabanagem data também de 1832. Assim como em “A quadrilha de Jacó Patacho”, a despeito daquelas várias questões que esse problema temporal poderia suscitar, a revolta dos cabanos paraenses aparece como pano de fundo histórico de toda a narrativa, mas, ao contrário do conto anterior, é descrita com mais detalhes, chegando o narrador, inclusive, a fazer referência ao final da batalha. detalhamento das histórias de seus personagens principais,
“O rebelde” é a narrativa da história de vida de Luís (contada por ele mesmo), seu contato com Paulo da Rocha, um velho veterano da Revolução Pernambucana de 1817, habitante agora de Vila Bela, e a experiência da fuga da Cabanagem vivida pelos dois, juntamente com Padre João da Costa, Júlia, filha de Paulo, e d. Mariquinhas, mãe de Luís, após a morte de Guilherme da Silveira, pai deste último. O tempo dos acontecimentos narrados pertence à década de 1830, como já comentamos, mas o tempo da realização do relato data de 40 anos depois, como o próprio narrador afirma no início do conto. Vejamos, então, o que o enredo, linearmente construído, trata em cada uma de suas partes.
Nas duas primeiras, temos a descrição da vida modesta de Júlia e Paulo da Rocha e o afeto que o jovem Luís nutria pelo velho pernambucano, desprezado e temido por toda Vila Bela. O narrador se diz fascinado por tudo aquilo que, de um modo geral, os outros repudiam e, por isso, o mistério e a repulsa que a cidade projetava sobre Paulo da Rocha fazem com que o menino goste cada vez mais daquele veterano, cuja casa passa a freqüentar, escondido de seus pais, com muita regularidade.
Além de Luís, padre João parece ser o único habitante daquele lugar que não temia Paulo, dando a este o cargo de sacristão, o que afasta a população de suas missas. Este medo das pessoas de Vila Bela por Paulo da Rocha tinha sua origem no fato de ser o velho um ex-combatente da revolta de Pernambuco.
Cria-se, então, um mito em torno do personagem, visto por alguns como um homem cruel e por outros como assombração.
Na terceira parte do conto surge então a referência a Cabanagem. O medo projetado sobre Paulo se desloca para os rebeldes que se aproximavam de Óbidos, gerando pânico entre os habitantes, que passam a desconfiar uns dos outros. Paulo da Rocha permanece da mesma maneira em seu trabalho cotidiano, até receber a visita de Padre João, que, temeroso pela proximidade dos cabanos, pede ao velho que interceda pela cidade e faça frente aos rebeldes que se aproximam, tendo em vista ser ele um veterano de revoltas anteriores e, por isso, o único capaz de conquistar a confiança dos cabanos. Paulo da Rocha, retomando seu passado rebelde, faz um discurso relativamente em defesa da Cabanagem, o que espanta Padre João e Luís, que assistia ao diálogo: ao mesmo tempo em que reconhece e desaprova as atrocidades dos rebeldes, Paulo compreende a miséria que os levou a isso e ainda afirma não haver motivo para defender aqueles que a vida inteira o desprezaram.
Na quarta parte, Luís narra o estremecimento de sua relação com o velho veterano, após aquela conversa, e diz se sentir envergonhado, à época, pela simpatia que ainda nutria por Paulo, amizade que entrava em conflito com a educação que recebera até o momento. Luís fica sabendo então da jura de morte que Matias Paxiúba, líder de alguns cabanos, fizera ao seu pai, Guilherme da Silveira — juiz e português de nascimento, a quem chamavam, por isso, de marinheiro —por ter este prendido e chicoteado outrora aquele rebelde. O clima fica cada vez mais tenso à medida que as notícias sobre a proximidade dos cabanos vão chegando a Vila Bela.
Temos assim, na quinta parte, o episódio da invasão da casa de Luís e do assassinato de Guilherme da Silveira. Antes de morrer, o português pede desculpas a Paulo da Rocha e o implora para que salve seu filho. O pedido é aceito com uma jura de fidelidade à segurança daquela criança. Conseguem fugir da guerra Padre João, Luís, d. Mariquinhas e Júlia, todos conduzidos por Paulo da Rocha.
A sexta parte traz, então, o relato da primeira paragem daquela fuga: o grupo liderado por Paulo se abriga no sítio de uma conhecida deste último, uma velha chamada Andresa. Neste momento, uma desconfiança começa a se criar em torno da honestidade do pernambucano, cuja fala demonstra muita simpatia pela causa cabana, gerando estranhamento da parte daqueles que acabaram de lhe sofrer as conseqüências.
Na sétima parte, um grupo de cabanos, a mando de Matias Paxiúba, chega ao sítio da velha Andresa. Os refugiados se escondem, temerosos, sobretudo, d. Mariquinhas e Luís, de estarem sendo procurados pelo bando que queria completar a vingança iniciada com a morte de Guilherme da Silveira. O narrador, do alto de uma mangueira, assiste a um
espetáculo impressionante: Paulo da Rocha enfrentando, através da argumentação,sozinho, aquele grupo de aproximadamente cem pessoas. Trava-se então um diálogo tenso: o veterano de Pernambuco questiona insistente e agressivamente a imprudência de invadirem um sítio de um brasileiro como eles.
Luís, que assistia a tudo, se surpreende ao ver aquele grupo famoso pelas barbaridades que cometia amuar diante de Paulo da Rocha, que, após permitir que os cabanos se abriguem moderadamente no sítio, continua o diálogo, questionando a integridade e coerência daquele movimento, ao compara-lo com a revolução da qual participou:
“— Fui rebelde (...), mas a minha causa era grande e nobre. Nós, em Pernambuco, nos rebelamos por uma idéia grandiosa, idéia que ficou afogada em sangue, mas não morreu, há de surgir mais tarde ou mais cedo. (...) Não há de tardar o dia da redenção dos cativos. Mas os cabanos matam e roubam pelo simples prazer do crime, ou antes, porque invejam a prosperidade dos brancos.”
E, após uma breve intervenção de um cabano, continua com o mesmo entusiasmo:
“Que vieram vocês buscar aqui? Não sou tão bom brasileiro como o melhor cabano? E que valentia é essa vir assim tanta gente atacar o sítio de uma pobre velha, viúva de um brasileiro que os marinheiros do Pará mataram de desgostos?”
Note o leitor que a crítica que Paulo da Rocha faz a Cabanagem não tem a ver com a ideologia do movimento em si, da qual compartilha, e sim com as atitudes dos cabanos. É preciso considerar também que a maneira como o pernambucano interroga os rebeldes está ligada a uma estratégia de defesa: Paulo jurou a Guilherme da Silveira garantir a segurança de sua família; assim, para afastar os cabanos de uma devassa sobre o sítio e evitar que eles encontrem os refugiados, o velho pernambucano usa da
argumentação para lhes impor respeito e limites.
Após as perguntas de Paulo da Rocha, um dos rebeldes, aparentemente o líder daquela expedição, explica os motivos da visita: estavam ali a mando de Matias Paxiúba, que queria conversar com o velho rebelde. Este então manda avisar ao líder cabano que em breve irá ao seu encontro. Antes de se retirarem, um dos tapuios avista Luís, que, por ter a pele morena, passa por protegido de Paulo, que o identifica como sendo seu afilhado.
Na oitava parte, o grupo refugiado no sítio da velha Andresa pensa em uma maneira de garantir a própria segurança no período em que Paulo da Rocha se ausentasse para ir ao encontro de Matias Paxíuba. Decidem, assim, por se esconder em uma casa no meio do mato, construída pelo velho veterano para se abrigar nos tempos em que ficava à beira da lagoa pescando. Despedem-se de Andresa e seguem em direção ao esconderijo, que inicialmente agrada a todos; Paulo e Júlia seguem ao encontro dos cabanos. Passados quinze dias, já exaustos e cada vez mais temerosos, Luís, d. Mariquinhas e Padre João são acordados por Paulo da Rocha, que vinha só e triste. Perguntado sobre Júlia, o pernambucano responde que a filha ficara como refém de Paxiúba, para obrigar o velho a retornar ao seu encontro, já que este pedira àquele para se ausentar temporariamente a fim de tratar de negócios urgentes em Serpa, quando na verdade queria era levar os refugiados àquela vila, onde poderiam alcançar a Barra facilmente e sair do território dominado pelos cabanos, o que de fato acontece.
Neste momento o narrador conta o que se passara durante o encontro de Paxiúba e Paulo. Para isso ele recorre a uma testemunha ocular que, anos depois do episódio, lhe narra o acontecido. O líder dos cabanos já sabia que o velho pernambucano salvara Luís e sua mãe e exige de Paulo que os entregue para que a vingança seja concluída. Um intenso diálogo é travado entre os dois e mestre Paulo se nega a entregar o esconderijo ou ir buscar o filho de Guilherme da Silveira, dizendo ter jurado pela vida de sua filha a segurança do menino. Após insultos e ameaças de Paxiúba, o velho pernambucano desafia o cabano a uma contenda física, a que Matias recusa, recuando-se, para dizer que esperava mestre Paulo trazer Luís enquanto fazia Júlia de refém. É neste momento que o rebelde de 1817 se retira e segue para salvar os refugiados e conduzi-los a Serpa. Depois disso, Paulo da Rocha volta ao encontro de Paxiúba e Luís nunca mais teve notícia nem do pai nem da filha, por mais que tivesse pesquisado sobre isso. Sobre Padre João da Costa, o narrador comenta que o período de tensão e privações experimentado durante o exílio na lagoa minaram a saúde do clérigo, acabando por matá-lo tempos depois. Luís termina a oitava parte contando que, anos mais tarde, terminada a Cabanagem, segue para Olinda, a fim de cursar Direito, e passa um bom período sem voltar ao Pará.
Na nona e última parte de “O rebelde”, o narrador, sendo já juiz municipal e delegado de polícia de Óbidos, no Pará, narra o episódio em que conversa com o tenente-coronel responsável pela fortaleza transformada provisoriamente em cadeia de justiça. No diálogo, Luís descobre que aquele oficial fora quem liderou o grupo que deteve o bando de Matias Paxiúba, o que atiça enormemente sua curiosidade. O tenente conta então que daquele grupo de cabanos, entre os que fugiram e os que foram mortos, conseguiram fazer um único prisioneiro: um velho pernambucano que saía de uma cabana carregando sua filha (aparentemente morta; o tenente não o diz abertamente) e jurara não pertencer ao bando de Matias nem ser um dos rebeldes, mas que fora aprisionado assim mesmo e teve sua vida poupada. O tenente afirma ainda que o velho até então estava preso ali, como seu troféu pela vitória da batalha. Luís se emociona louc amente e por fim se encontra com Paulo da Rocha, que a princípio não o reconhece, mas que depois, após o narrador se apresentar, chora silenciosamente abraçado ao seu pescoço. O conto termina com a breve referência aos esforços de Luís para o perdão, da parte da justiça, de Paulo da Rocha, o que, após um ano, consegue alcançar. Dois dias depois da liberdade, o velho pernambucano falece na casa do narrador, em seus braços.
O REBELDE
Reaparece em “O rebelde” o problema da data apontado no conto Quadrilha de Jacó Patacho: a história contada por Luís sobre sua amizade com Paulo da Rocha e a experiência vivida pelos dois relacionada a Cabanagem data também de 1832. Assim como em “A quadrilha de Jacó Patacho”, a despeito daquelas várias questões que esse problema temporal poderia suscitar, a revolta dos cabanos paraenses aparece como pano de fundo histórico de toda a narrativa, mas, ao contrário do conto anterior, é descrita com mais detalhes, chegando o narrador, inclusive, a fazer referência ao final da batalha. detalhamento das histórias de seus personagens principais,
“O rebelde” é a narrativa da história de vida de Luís (contada por ele mesmo), seu contato com Paulo da Rocha, um velho veterano da Revolução Pernambucana de 1817, habitante agora de Vila Bela, e a experiência da fuga da Cabanagem vivida pelos dois, juntamente com Padre João da Costa, Júlia, filha de Paulo, e d. Mariquinhas, mãe de Luís, após a morte de Guilherme da Silveira, pai deste último. O tempo dos acontecimentos narrados pertence à década de 1830, como já comentamos, mas o tempo da realização do relato data de 40 anos depois, como o próprio narrador afirma no início do conto. Vejamos, então, o que o enredo, linearmente construído, trata em cada uma de suas partes.
Nas duas primeiras, temos a descrição da vida modesta de Júlia e Paulo da Rocha e o afeto que o jovem Luís nutria pelo velho pernambucano, desprezado e temido por toda Vila Bela. O narrador se diz fascinado por tudo aquilo que, de um modo geral, os outros repudiam e, por isso, o mistério e a repulsa que a cidade projetava sobre Paulo da Rocha fazem com que o menino goste cada vez mais daquele veterano, cuja casa passa a freqüentar, escondido de seus pais, com muita regularidade.
Além de Luís, padre João parece ser o único habitante daquele lugar que não temia Paulo, dando a este o cargo de sacristão, o que afasta a população de suas missas. Este medo das pessoas de Vila Bela por Paulo da Rocha tinha sua origem no fato de ser o velho um ex-combatente da revolta de Pernambuco.
Cria-se, então, um mito em torno do personagem, visto por alguns como um homem cruel e por outros como assombração.
Na terceira parte do conto surge então a referência a Cabanagem. O medo projetado sobre Paulo se desloca para os rebeldes que se aproximavam de Óbidos, gerando pânico entre os habitantes, que passam a desconfiar uns dos outros. Paulo da Rocha permanece da mesma maneira em seu trabalho cotidiano, até receber a visita de Padre João, que, temeroso pela proximidade dos cabanos, pede ao velho que interceda pela cidade e faça frente aos rebeldes que se aproximam, tendo em vista ser ele um veterano de revoltas anteriores e, por isso, o único capaz de conquistar a confiança dos cabanos. Paulo da Rocha, retomando seu passado rebelde, faz um discurso relativamente em defesa da Cabanagem, o que espanta Padre João e Luís, que assistia ao diálogo: ao mesmo tempo em que reconhece e desaprova as atrocidades dos rebeldes, Paulo compreende a miséria que os levou a isso e ainda afirma não haver motivo para defender aqueles que a vida inteira o desprezaram.
Na quarta parte, Luís narra o estremecimento de sua relação com o velho veterano, após aquela conversa, e diz se sentir envergonhado, à época, pela simpatia que ainda nutria por Paulo, amizade que entrava em conflito com a educação que recebera até o momento. Luís fica sabendo então da jura de morte que Matias Paxiúba, líder de alguns cabanos, fizera ao seu pai, Guilherme da Silveira — juiz e português de nascimento, a quem chamavam, por isso, de marinheiro —por ter este prendido e chicoteado outrora aquele rebelde. O clima fica cada vez mais tenso à medida que as notícias sobre a proximidade dos cabanos vão chegando a Vila Bela.
Temos assim, na quinta parte, o episódio da invasão da casa de Luís e do assassinato de Guilherme da Silveira. Antes de morrer, o português pede desculpas a Paulo da Rocha e o implora para que salve seu filho. O pedido é aceito com uma jura de fidelidade à segurança daquela criança. Conseguem fugir da guerra Padre João, Luís, d. Mariquinhas e Júlia, todos conduzidos por Paulo da Rocha.
A sexta parte traz, então, o relato da primeira paragem daquela fuga: o grupo liderado por Paulo se abriga no sítio de uma conhecida deste último, uma velha chamada Andresa. Neste momento, uma desconfiança começa a se criar em torno da honestidade do pernambucano, cuja fala demonstra muita simpatia pela causa cabana, gerando estranhamento da parte daqueles que acabaram de lhe sofrer as conseqüências.
Na sétima parte, um grupo de cabanos, a mando de Matias Paxiúba, chega ao sítio da velha Andresa. Os refugiados se escondem, temerosos, sobretudo, d. Mariquinhas e Luís, de estarem sendo procurados pelo bando que queria completar a vingança iniciada com a morte de Guilherme da Silveira. O narrador, do alto de uma mangueira, assiste a um
espetáculo impressionante: Paulo da Rocha enfrentando, através da argumentação,sozinho, aquele grupo de aproximadamente cem pessoas. Trava-se então um diálogo tenso: o veterano de Pernambuco questiona insistente e agressivamente a imprudência de invadirem um sítio de um brasileiro como eles.
Luís, que assistia a tudo, se surpreende ao ver aquele grupo famoso pelas barbaridades que cometia amuar diante de Paulo da Rocha, que, após permitir que os cabanos se abriguem moderadamente no sítio, continua o diálogo, questionando a integridade e coerência daquele movimento, ao compara-lo com a revolução da qual participou:
“— Fui rebelde (...), mas a minha causa era grande e nobre. Nós, em Pernambuco, nos rebelamos por uma idéia grandiosa, idéia que ficou afogada em sangue, mas não morreu, há de surgir mais tarde ou mais cedo. (...) Não há de tardar o dia da redenção dos cativos. Mas os cabanos matam e roubam pelo simples prazer do crime, ou antes, porque invejam a prosperidade dos brancos.”
E, após uma breve intervenção de um cabano, continua com o mesmo entusiasmo:
“Que vieram vocês buscar aqui? Não sou tão bom brasileiro como o melhor cabano? E que valentia é essa vir assim tanta gente atacar o sítio de uma pobre velha, viúva de um brasileiro que os marinheiros do Pará mataram de desgostos?”
Note o leitor que a crítica que Paulo da Rocha faz a Cabanagem não tem a ver com a ideologia do movimento em si, da qual compartilha, e sim com as atitudes dos cabanos. É preciso considerar também que a maneira como o pernambucano interroga os rebeldes está ligada a uma estratégia de defesa: Paulo jurou a Guilherme da Silveira garantir a segurança de sua família; assim, para afastar os cabanos de uma devassa sobre o sítio e evitar que eles encontrem os refugiados, o velho pernambucano usa da
argumentação para lhes impor respeito e limites.
Após as perguntas de Paulo da Rocha, um dos rebeldes, aparentemente o líder daquela expedição, explica os motivos da visita: estavam ali a mando de Matias Paxiúba, que queria conversar com o velho rebelde. Este então manda avisar ao líder cabano que em breve irá ao seu encontro. Antes de se retirarem, um dos tapuios avista Luís, que, por ter a pele morena, passa por protegido de Paulo, que o identifica como sendo seu afilhado.
Na oitava parte, o grupo refugiado no sítio da velha Andresa pensa em uma maneira de garantir a própria segurança no período em que Paulo da Rocha se ausentasse para ir ao encontro de Matias Paxíuba. Decidem, assim, por se esconder em uma casa no meio do mato, construída pelo velho veterano para se abrigar nos tempos em que ficava à beira da lagoa pescando. Despedem-se de Andresa e seguem em direção ao esconderijo, que inicialmente agrada a todos; Paulo e Júlia seguem ao encontro dos cabanos. Passados quinze dias, já exaustos e cada vez mais temerosos, Luís, d. Mariquinhas e Padre João são acordados por Paulo da Rocha, que vinha só e triste. Perguntado sobre Júlia, o pernambucano responde que a filha ficara como refém de Paxiúba, para obrigar o velho a retornar ao seu encontro, já que este pedira àquele para se ausentar temporariamente a fim de tratar de negócios urgentes em Serpa, quando na verdade queria era levar os refugiados àquela vila, onde poderiam alcançar a Barra facilmente e sair do território dominado pelos cabanos, o que de fato acontece.
Neste momento o narrador conta o que se passara durante o encontro de Paxiúba e Paulo. Para isso ele recorre a uma testemunha ocular que, anos depois do episódio, lhe narra o acontecido. O líder dos cabanos já sabia que o velho pernambucano salvara Luís e sua mãe e exige de Paulo que os entregue para que a vingança seja concluída. Um intenso diálogo é travado entre os dois e mestre Paulo se nega a entregar o esconderijo ou ir buscar o filho de Guilherme da Silveira, dizendo ter jurado pela vida de sua filha a segurança do menino. Após insultos e ameaças de Paxiúba, o velho pernambucano desafia o cabano a uma contenda física, a que Matias recusa, recuando-se, para dizer que esperava mestre Paulo trazer Luís enquanto fazia Júlia de refém. É neste momento que o rebelde de 1817 se retira e segue para salvar os refugiados e conduzi-los a Serpa. Depois disso, Paulo da Rocha volta ao encontro de Paxiúba e Luís nunca mais teve notícia nem do pai nem da filha, por mais que tivesse pesquisado sobre isso. Sobre Padre João da Costa, o narrador comenta que o período de tensão e privações experimentado durante o exílio na lagoa minaram a saúde do clérigo, acabando por matá-lo tempos depois. Luís termina a oitava parte contando que, anos mais tarde, terminada a Cabanagem, segue para Olinda, a fim de cursar Direito, e passa um bom período sem voltar ao Pará.
Na nona e última parte de “O rebelde”, o narrador, sendo já juiz municipal e delegado de polícia de Óbidos, no Pará, narra o episódio em que conversa com o tenente-coronel responsável pela fortaleza transformada provisoriamente em cadeia de justiça. No diálogo, Luís descobre que aquele oficial fora quem liderou o grupo que deteve o bando de Matias Paxiúba, o que atiça enormemente sua curiosidade. O tenente conta então que daquele grupo de cabanos, entre os que fugiram e os que foram mortos, conseguiram fazer um único prisioneiro: um velho pernambucano que saía de uma cabana carregando sua filha (aparentemente morta; o tenente não o diz abertamente) e jurara não pertencer ao bando de Matias nem ser um dos rebeldes, mas que fora aprisionado assim mesmo e teve sua vida poupada. O tenente afirma ainda que o velho até então estava preso ali, como seu troféu pela vitória da batalha. Luís se emociona louc amente e por fim se encontra com Paulo da Rocha, que a princípio não o reconhece, mas que depois, após o narrador se apresentar, chora silenciosamente abraçado ao seu pescoço. O conto termina com a breve referência aos esforços de Luís para o perdão, da parte da justiça, de Paulo da Rocha, o que, após um ano, consegue alcançar. Dois dias depois da liberdade, o velho pernambucano falece na casa do narrador, em seus braços.
Os Contos de Machado de Assis: Os Chapéus, Uma Senhora e D. Paula
Os contos de Machado de Assis
(D. Paula, Uma Senhora e Os Chapéus)
Professora: Lucilene Alcântara
A Cartomante Narra a história de Camilo, Vilela e Rita. Os dois primeiros eram melhores amigos; a segunda era esposa do segundo e amante do primeiro. Quando Camilo começa receber denúncias anônimas, diminui a freqüência das visitas ao amigo. Preocupada, Rita visita uma cartomante, fato que faz Camilo rir. Quando Vilela chama Camilo a sua casa ele vai preocupado, e passa antes na cartomante pensando que não tem nada a perder. Ela lhe assegura que nada vai dar errado e ele chega despreocupado a casa de Vilela, onde encontra Rita morta. Vilela então o mata. A Causa Secreta Fala de dois homens que, após um salvar a vida do outro e passar-se algum tempo, tornam-se sócios. Mas pouco a pouco um deles vai demonstrando tendências sádicas, torturando animais, fato que atordoa a esposa. Quando ela morre, Fortunato, o sádico, presencia o amigo beijar a testa da mulher e derreter-se em choro, saboreando o momento de dor do amigo que lhe traía. A Igreja do Diabo É uma nova idéia do diabo: fundar uma Igreja e organizar seu rebanho, tal qual Deus. Após comunicar Deus de seu futuro ato, vai à Terra e funda com muito sucesso uma Igreja que idolatra os defeitos humanos. Mas aos poucos os homens vão secretamente exercitando virtudes, Furioso, o Diabo vai falar com Deus, que lhe aponta que aquilo faz parte da eterna contradição humana. Anedota Pecuniária É uma pequena crítica a ganância. Nela um homem "vende" suas sobrinhas aos homens que as amam por causa de sua fascinação com o dinheiro. A Sereníssima República É uma crítica ao processo eleitoral, feito como um discurso de um cônego que afirma ter achado uma espécie de aranha que fala e criado uma sociedade delas, uma república chamada Sereníssima República. Ele escolhe como sistema de eleição um baseado no da República de Veneza, onde retirava-se bolas de um saco com o nome dos eleitos. Este sistema vai sendo fraudado pelas aranhas, corrigindo-se, adaptando-se e variando-se diversas vezes e de diversos modos, eternamente corrupto. Capítulo dos Chapéus É um conto onde aparece a frivolidade e ostentação da época de Machado. Mariana, após pedir ao marido que troque o seu simples chapéu, testemunha a sociedade (na famosa rua do Ouvidor) e acaba pedindo que ele permaneça com seu chapéu. D. Paula Conta sobre um casal que realiza uma separação temporária por ciúmes, com fundos, do marido. O caso é mediado pela tia da esposa, Dona Paula, que quando descobre quem é o outro, fica abalada. É o filho do homem com quem teve caso análogo, fato que deixa seus sentimentos bem abalados em relação ao caso. Fulano Beltrão é um homem que vai aos poucos se tornando mais um homem público que privado após receber elogios públicos e acaba deixando seu dinheiro para a posteridade e não a família. O Espelho Conta sobre um homem falando de sua opinião sobre a alma humana num grupo de amigos que realizam discussões metafísicas. Ele descreve uma situação de sua juventude onde, após ter sido engrandecido pelo recém-conquistado posto de alferes, encontra-se sozinho. Solitário, passa a ter medo até a que um dia veste-se com seu uniforme de alferes e encara o espelho, encontrando assim o outro lado de sua alma (sua opinião é que temos duas almas, uma externa que nos vigia e a nossa que vigia o exterior). Isso retira-o da solidão. Portanto, este conto envidencia o conflito entre a essência (a alma interior) e a aparência (alma exterior). Teoria do Medalhão É um pai aconselhando um filho no dia de seus 21 anos. Ele lhe diz que um futuro lhe espera, que pode ter várias carreiras diferentes, mas que devia ter uma de resguardo, preferencialmente a de medalhão. Para isto devia ter pouquíssimo conhecimento, originalidade, ironia, gosto ou qualquer idéia própria. E nisso disserta sobre a necessidade do filho de sempre manter-se neutro, usar e abusar de palavras sem sentido, conhecer pouco, ter vocabulário limitado, etc. Ao final, é uma bela ironia machadiana sobre como encontram-se os valores da sociedade de sua época. O Enfermeiro Conta sobre um homem que, a beira da morte, conta um caso de seu passado.
Ele foi em 1860 ser enfermeiro de um velho e mau coronel, que acaba esganando alguns dias antes de partir por não mais o suportar. Quando abre-se o testamento ele é declarado herdeiro universal e distribui lentamente o dinheiro em esmolas. Enquanto isto se passa, vai lentamente se convencendo de sua inocência, apoiado pela sociedade que odiava o velho e suas ações que considera redentoras Pai Contra Mãe Cândido Neves, caçador de escravos fujões. Não o é por opção, apenas o é porque não agüenta qualquer outro emprego. Casa e passa a adquirir dívidas, com clientela cada vez menor; quandoengravida a mulher, as dívidas aumentam. Depois de despejados vão morar em um quarto emprestado e o menino nasce. Após ceder às pressões da tia da esposa, Candinho vai por a criança na Roda dos enjeitados. Mas no caminho captura uma escrava, recebendo uma gorda recompensa, mantendo assim a criança. Mas a escrava estava grávida, e provavelmente abortou com os castigos recebidos, ficando a vida do filho de Candinho em troca da de outra Missa do Galo Fala de uma singular conversa entre uma senhora de 30 anos e um jovem 17, que tinha que manter-se acordado para acordar o amigo para irem à missa do galo. Eles conversam, ele apieda-se dela (o marido traía e ela resignava-se), admira-a e distrai-se. Por fim o amigo lhe chama, já que já havia passado da meia-noite e ele nunca mais tem outra conversa profunda com ela.
Ele foi em 1860 ser enfermeiro de um velho e mau coronel, que acaba esganando alguns dias antes de partir por não mais o suportar. Quando abre-se o testamento ele é declarado herdeiro universal e distribui lentamente o dinheiro em esmolas. Enquanto isto se passa, vai lentamente se convencendo de sua inocência, apoiado pela sociedade que odiava o velho e suas ações que considera redentoras Pai Contra Mãe Cândido Neves, caçador de escravos fujões. Não o é por opção, apenas o é porque não agüenta qualquer outro emprego. Casa e passa a adquirir dívidas, com clientela cada vez menor; quandoengravida a mulher, as dívidas aumentam. Depois de despejados vão morar em um quarto emprestado e o menino nasce. Após ceder às pressões da tia da esposa, Candinho vai por a criança na Roda dos enjeitados. Mas no caminho captura uma escrava, recebendo uma gorda recompensa, mantendo assim a criança. Mas a escrava estava grávida, e provavelmente abortou com os castigos recebidos, ficando a vida do filho de Candinho em troca da de outra Missa do Galo Fala de uma singular conversa entre uma senhora de 30 anos e um jovem 17, que tinha que manter-se acordado para acordar o amigo para irem à missa do galo. Eles conversam, ele apieda-se dela (o marido traía e ela resignava-se), admira-a e distrai-se. Por fim o amigo lhe chama, já que já havia passado da meia-noite e ele nunca mais tem outra conversa profunda com ela.
Uma Senhora (Conto), de Machado de Assis
No conto Uma Senhora, o autor, Nachado de Assis, conta as dificuldades de uma jovem mulher, dona Camila, de aceitar a velhice, mostrando as artimanhas que faz, de maneira inconsciente, para evitar que a filha case, vendo só defeitos nos pretendentes. Até que, por fim, sem outro remédio, verga-se às imposições da vida, assumindo-se como avó enlevada.
Vale notar que D. Camila procurou atrasar ao máximo o amadurecimento da filha, tratando-a como criança e vestindo-a como menina até o momento em que não lhe foi mais possível.
No conto Uma Senhora, Machado de Assis espicaça os românticos e seus clichês quando descreve dona Camila: (...) os braços, que eu não digo que eram os da Vênus de Milo, para evitar uma vulgaridade.
Machado de Assis, neste conto põe de manifesto os tormentos de envelhecer para a alma de uma mulher vaidosa, D. Camila.
A protagonista, D. Camila, é casada e tem uma filha chamada Ernestina, esta apesar de já crescida tem a infância prolongada devido a vaidade de sua mãe que tinha verdadeiro pavor de envelhecer.Como não se pode deter o tempo, o que sucede é o curso natural da vida, onde Ernestina começa a arrumar pretendentes e a mãe muito "zelosa" põe defeito, em muitos, com a desculpa de querer um casamento como o dela. Certo dia D. Camila descobre o primeiro fio de cabelo branco e muito frustrada o arranca; assim outros fios brancos surgem sendo que o terceiro coincide com mais um pretendente da filha.
Depois de muito relutar acaba aceitando o genro, embora a contra gosto. Ernestina então casa-se, e com isso vem o primeiro neto pouco tempo depois; mãe antes preocupada com a filha, agora ocupa-se do bebê. Já na condição de avó começa a fazer passeios, acompanhada de uma preta, onde leva o pequeno e demonstra excessivos cuidados deixando transparecer que seria a mãe e não a avó do mesmo.
O conto Uma senhora foi publicado no livro Histórias sem Data em 1884, é narrado em 3ª pessoa, com um narrador onisciente, e tem o tempo cronológico representado através da existência humana considerada no curso dos anos. Já em relação ao espaço este aparece de forma sutil, e embora o contista não lhe de muita importância pôde se perceber que a personagem vive em contexto social onde participava de festas e também as dava. O ambiente doméstico, embora tradicional é regado por paixão, inveja e temores.
O titulo é um problema lingüístico na narrativa, pois traz uma possível indagação de qual "senhora" o narrador estaria falando, já que, este substantivo sugere uma mulher de idade mais avançada e madura; e embora a mãe tivesse mais idade, a filha, todavia, é quem tinha trejeitos para tal. Machado, com muita delicadeza, deixa a dúvida no ar.
A análise dos nomes também é de suam importância, já que, de algum modo representa as personagens, vejamos em Camila temos : " ...associa a uma jovem e linda [...] indica uma pessoa que é competente porque executa suas tarefas com amor..." Poderíamos aqui questionar o nome da personagem, pois sabíamos que ela era linda e amava sua família, mas ao vermos o nome da filha Ernestina, que seria a antagonista, temos : " aquele que combate". Através dessa comparação pode-se perceber que os nomes poderiam estar trocados, pois a "combatente" seria D. Camila, que além de lutar contra o tempo, também existe o embate com a juventude da filha, e mesmo a jovem com toda frescor e beleza dos anos, ainda assim, a beleza da mãe a superava.
A narrativa que apresenta D. Camila aos 29 anos e a filha Ernestina aos 15, trata das questões do tempo em vários parágrafos, como no terceiro onde encontramos: "... trepando no alazão do tempo, foi alogar-se na casa dos trintas..." . Sempre parecendo mais nova dos 30 aos 40 anos, D Camila vê-se desesperada aos 42, diante do cabelo branco que torna-se um vilão na narrativa, já que afirma as mudanças físicas decorrida com o tempo; por isso, a beleza e juventude da filha faz surgir, nessa mãe, o sentimento de inveja, agora de forma assumida.
Machado com toda sua sutileza e ironia critica alguns aspectos referentes ao universo feminino que vive da opinião de outrem; além do amor materno em via contrária dos interesses pessoais da mulher. O desejo não admitido, de não envelhecer, que por meios astuciosos, levam a personagem a efetuar comportamentos no sentido de sua satisfação caracteriza o tempo psicológico. A vaidade torna-se uma paixão escondida ou ainda inconsciente.
Algumas características, muito peculiares, da obra de Machado de Assis podem ser verificadas no conto como a questão da perfeição, onde temos a busca, incansável, de D. Camila por beleza, de maneira que está passa a representá-la; tem-se ainda a transformação do homem no objeto do homem, pelo fato da mãe manipular e usar a filha visando seus interesses; e finalmente o bem x mal onde poderá comentar as teorias de Platão, onde a idéia do belo sempre foi inseparável da idéia do bem, o que confere um caráter positivo ao conceito de beleza. Daí a comparação feita a D. Camila a Vênus de Milo, pois a estátua procura traduzir esse conceito e trazer a noção de imortalidade, também à ambição de nossa protagonista. Já o mal aqui seria o implacável tempo ligado à idéia do envelhecimento, que para D. Camila era a perturbação.
A vaidade transcende o tempo
As madonas do renascimento, ou a própria Vênus de Milo citada no conto que tem os braços comparados aos da protagonista, é um exemplo de beleza feminina. A Vênus representa a deusa do amor e da beleza física, Afrodite, é uma escultura em mármore curiosamente teve os braços perdidos, e nunca encontrados, hoje podemos encontrá-la no Museu do Louvre na França, sem os braços. Na mitologia temos várias representantes da juventude e da beleza feminina
A própria deusa Hebe citada no conto também tem muito em comum com D. Camila. A Deusa Hebe filha de Hera e Zeus representa a juventude, deusa das noivas jovens que foi oferecida pela sua mãe a Hércules em casamento depois de este ter conseguido ultrapassar todos os obstáculos que Hera pusera no caminho para ele crescer. Assim como a Hebe, D. Camila cuidava de sua filha zelosamente. D Camila tenta manipular as pessoas em função de sua idade. No ponto de impedir sua própria filha de seguir o seu caminho.
Vale notar que D. Camila procurou atrasar ao máximo o amadurecimento da filha, tratando-a como criança e vestindo-a como menina até o momento em que não lhe foi mais possível.
No conto Uma Senhora, Machado de Assis espicaça os românticos e seus clichês quando descreve dona Camila: (...) os braços, que eu não digo que eram os da Vênus de Milo, para evitar uma vulgaridade.
Machado de Assis, neste conto põe de manifesto os tormentos de envelhecer para a alma de uma mulher vaidosa, D. Camila.
A protagonista, D. Camila, é casada e tem uma filha chamada Ernestina, esta apesar de já crescida tem a infância prolongada devido a vaidade de sua mãe que tinha verdadeiro pavor de envelhecer.Como não se pode deter o tempo, o que sucede é o curso natural da vida, onde Ernestina começa a arrumar pretendentes e a mãe muito "zelosa" põe defeito, em muitos, com a desculpa de querer um casamento como o dela. Certo dia D. Camila descobre o primeiro fio de cabelo branco e muito frustrada o arranca; assim outros fios brancos surgem sendo que o terceiro coincide com mais um pretendente da filha.
Depois de muito relutar acaba aceitando o genro, embora a contra gosto. Ernestina então casa-se, e com isso vem o primeiro neto pouco tempo depois; mãe antes preocupada com a filha, agora ocupa-se do bebê. Já na condição de avó começa a fazer passeios, acompanhada de uma preta, onde leva o pequeno e demonstra excessivos cuidados deixando transparecer que seria a mãe e não a avó do mesmo.
O conto Uma senhora foi publicado no livro Histórias sem Data em 1884, é narrado em 3ª pessoa, com um narrador onisciente, e tem o tempo cronológico representado através da existência humana considerada no curso dos anos. Já em relação ao espaço este aparece de forma sutil, e embora o contista não lhe de muita importância pôde se perceber que a personagem vive em contexto social onde participava de festas e também as dava. O ambiente doméstico, embora tradicional é regado por paixão, inveja e temores.
O titulo é um problema lingüístico na narrativa, pois traz uma possível indagação de qual "senhora" o narrador estaria falando, já que, este substantivo sugere uma mulher de idade mais avançada e madura; e embora a mãe tivesse mais idade, a filha, todavia, é quem tinha trejeitos para tal. Machado, com muita delicadeza, deixa a dúvida no ar.
A análise dos nomes também é de suam importância, já que, de algum modo representa as personagens, vejamos em Camila temos : " ...associa a uma jovem e linda [...] indica uma pessoa que é competente porque executa suas tarefas com amor..." Poderíamos aqui questionar o nome da personagem, pois sabíamos que ela era linda e amava sua família, mas ao vermos o nome da filha Ernestina, que seria a antagonista, temos : " aquele que combate". Através dessa comparação pode-se perceber que os nomes poderiam estar trocados, pois a "combatente" seria D. Camila, que além de lutar contra o tempo, também existe o embate com a juventude da filha, e mesmo a jovem com toda frescor e beleza dos anos, ainda assim, a beleza da mãe a superava.
A narrativa que apresenta D. Camila aos 29 anos e a filha Ernestina aos 15, trata das questões do tempo em vários parágrafos, como no terceiro onde encontramos: "... trepando no alazão do tempo, foi alogar-se na casa dos trintas..." . Sempre parecendo mais nova dos 30 aos 40 anos, D Camila vê-se desesperada aos 42, diante do cabelo branco que torna-se um vilão na narrativa, já que afirma as mudanças físicas decorrida com o tempo; por isso, a beleza e juventude da filha faz surgir, nessa mãe, o sentimento de inveja, agora de forma assumida.
Machado com toda sua sutileza e ironia critica alguns aspectos referentes ao universo feminino que vive da opinião de outrem; além do amor materno em via contrária dos interesses pessoais da mulher. O desejo não admitido, de não envelhecer, que por meios astuciosos, levam a personagem a efetuar comportamentos no sentido de sua satisfação caracteriza o tempo psicológico. A vaidade torna-se uma paixão escondida ou ainda inconsciente.
Algumas características, muito peculiares, da obra de Machado de Assis podem ser verificadas no conto como a questão da perfeição, onde temos a busca, incansável, de D. Camila por beleza, de maneira que está passa a representá-la; tem-se ainda a transformação do homem no objeto do homem, pelo fato da mãe manipular e usar a filha visando seus interesses; e finalmente o bem x mal onde poderá comentar as teorias de Platão, onde a idéia do belo sempre foi inseparável da idéia do bem, o que confere um caráter positivo ao conceito de beleza. Daí a comparação feita a D. Camila a Vênus de Milo, pois a estátua procura traduzir esse conceito e trazer a noção de imortalidade, também à ambição de nossa protagonista. Já o mal aqui seria o implacável tempo ligado à idéia do envelhecimento, que para D. Camila era a perturbação.
A vaidade transcende o tempo
As madonas do renascimento, ou a própria Vênus de Milo citada no conto que tem os braços comparados aos da protagonista, é um exemplo de beleza feminina. A Vênus representa a deusa do amor e da beleza física, Afrodite, é uma escultura em mármore curiosamente teve os braços perdidos, e nunca encontrados, hoje podemos encontrá-la no Museu do Louvre na França, sem os braços. Na mitologia temos várias representantes da juventude e da beleza feminina
A própria deusa Hebe citada no conto também tem muito em comum com D. Camila. A Deusa Hebe filha de Hera e Zeus representa a juventude, deusa das noivas jovens que foi oferecida pela sua mãe a Hércules em casamento depois de este ter conseguido ultrapassar todos os obstáculos que Hera pusera no caminho para ele crescer. Assim como a Hebe, D. Camila cuidava de sua filha zelosamente. D Camila tenta manipular as pessoas em função de sua idade. No ponto de impedir sua própria filha de seguir o seu caminho.
Machado de Assis
NÃO ERA POSSÍVEL chegar mais a ponto. D. Paula entrou na sala exatamente quando a sobrinha enxugava os olhos cansados de chorar. Compreende-se o assombro da tia. Entender-se-á também o da sobrinha, em se sabendo que D. Paula vive no alto da Tijuca, donde raras vezes desce; a última foi pelo Natal passado, e estamos em maio de 1882. Desceu ontem, à tarde, e foi para casa da irmã, Rua do Lavradio. Hoje, tão depressa almoçou, vestiu-se e correu a visitar a sobrinha. A primeira escrava que a viu, quis ir avisar a senhora, mas D. Paula ordenou-lhe que não, e foi pé ante pé, muito devagar, para impedir o rumor das saias, abriu a porta da sala de visitas, e entrou.
— Que é isto? exclamou.
Venancinh a atirou-se-lhe aos braços, as lágrimas vieram-lhe de novo. A tia beijou-a muito, abraçou-a, disse-lhe palavras de conforto e pediu, e quis que lhe contasse o que era, se alguma doença, ou...
— Antes fosse uma doença! antes fosse a morte! interrompeu a moça.
— Não digas tolices; mas que foi? anda, que foi? Venancinha enxugou os olhos e começou a falar. Não pôde ir além de cinco ou seis palavras; as lágrimas tornaram, tão abundantes e impetuosas, que D. Paula achou de bom aviso deixá-las correr primeiro. Entretanto, foi tirando a capa de rendas pretas que a envolvia, e descalçando as luvas . Era uma bonita velha, elegante, dona de um par de olhos grandes, que deviam ter sido infinitos. Enquanto a sobrinha chorava, ela foi cerrar cautelosamente a porta da sala, e voltou ao canapé. No fim de alguns minutos, Venancinha cessou de chorar, e confiou à tia o que era.
Era nada menos que uma briga com o marido, tão violenta, que chegaram a falar de separação. A causa eram ciúmes. Desde muito que o marido embirrava com um sujeito; mas na véspera à noite, em casa do C..., vendo-a dançar com ele duas vezes e conversar alguns minutos, concluiu que eram namorados. Voltou amuado para casa de manhã, acabado o almoço, a cólera estourou, e ele disse-lhe cousas duras e amargas, que ela repeliu com outras.
— Onde está teu marido? perguntou a tia.
— Saiu; parece que foi para o escritório.
D. Paula perguntou-lhe se o escritório era ainda o mesmo, e disse-lhe que descansasse, que não era nada, dali a duas horas tudo estaria acabado. Calçava as luvas rapidamente.
— Titia vai lá? — Vou... Pois então? Vou. Teu marido é bom, são arrufos. 104? Vou lá; espera por mim, que as escravas não te vejam.
Tudo isso era dito com volubilidade, confiança e doçura. Calçadas as luvas, pôs o mantelete, e a sobrinha ajudou-a, falando também, jurando que, apesar de tudo, adorava o Conrado. Conrado era o marido, advogado desde 1874. D. Paula saiu, levando muitos beijos da moça. Na verdade, não podia chegar mais a ponto. De caminho, parece que ela encarou o incidente, não digo desconfiada, mas curiosa, um pouco inquieta da realidade positiva; em todo caso ia resoluta a reconstruir a paz doméstica.
Chegou, não achou o sobrinho no escritório, mas ele veio logo, e, passado o primeiro espanto, não foi preciso que D. Paula lhe dissesse o objeto da visita; Conrado adivinhou tudo. Confessou que fora excessivo em algumas cousas, e, por outro lado, não atribuía à mulher nenhuma índole perversa ou viciosa. Só isso; no mais, era uma cabeça de vento, muito amiga de cortesias, de olhos ternos, de palavrinhas doces, e a leviandade também é uma das portas do vício. Em relação à pessoa de quem se tratava, não tinha dúvida de que eram namorados. Venancinha contara só o fato da véspera; não referiu outros, quatro ou cinco, o penúltimo no teatro, onde chegou a haver tal ou qual escandalo. Não estava disposto a cobrir com a sua responsabilidade os desazos da mulher. Que namorasse, mas por conta própria.
D. Paula ouviu tudo, calada; depois falou também. Concordava que a sobrinha fosse leviana; era próprio da idade. Moça bonita não sai à rua sem atrair os olhos, e é natural que a admiração dos outros a lisonjeie. Também é natural que o que ela fizer de lisonjeada pareça aos outros e ao marido um princípio de namoro: a fatuidade de uns e o ciúme do outro explicam tudo. Pela parte dela, acabava de ver a moça chorar lágrimas sinceras, deixou-a consternada, falando de morrer, abatida com o que ele lhe dissera. E se ele próprio só lhe atribuía leviandade, por que não proceder com cautela e doçura, por meio de conselho e de observação, poupando-lhe as ocasiões, apontando-lhe o mal que fazem à reputação de uma senhora as aparências de acordo, de simpatia, de boa vontade para os homens? Não gastou menos de vinte minutos a boa senhora em dizer essas cousas mansas, com tão boa sombra, que o sobrinho sentiu apaziguar-se-lhe o coração. Resistia, é verdade; duas ou três vezes, para não resvalar na indulgência, declarou à tia que entre eles tudo estava acabado. E, para animar-se, evocava mentalmente as razões que tinha contra a mulher. A tia, porém, abaixava a cabeça para deixar passar a onda, e surgia outra vez com os seus grandes olhos sagazes e teimosos. Conrado ia cedendo aos poucos e mal. Foi então que D. Paula propôs um meio-termo.
— Você perdoa-lhe, fazem as pazes, e ela vai estar comigo, na Tijuca, um ou dous meses; uma espécie de desterro. Eu, durante este tempo, encarrego-me de lhe pôr ordem no espírito. Valeu? Conrado aceitou. D. Paula, tão depressa obteve a palavra, despediu-se para levar a boa nova à outra, Conrado acompanhou-a até à escada. Apertaram as mãos; D. Paula não soltou a dele sem lhe repetir os conselhos de brandura e prudência; depois, fez esta reflexão natural: — E vão ver que o homem de quem se trata nem merece um minuto dos nossos cuidados...
— É um tal Vasco Maria Portela...
D. Paula empalideceu. Que Vasco Maria Portela? Um velho, antigo diplomata, que. .. Não, esse estava na Europa desde alguns anos, aposentado, e acabava de receber um título de barão. Era um filho dele, chegado de pouco, um pelintra... D. Paula apertou-lhe a mão, e desceu rapidamente. No corredor, sem ter necessidade de ajustar a capa, fê-lo durante alguns minutos, com a mão trêmula e um pouco de alvoroço na fisionomia. Chegou mesmo a olhar para o chão, refletindo. Saiu, foi ter com a sobrinha, levando a reconciliação e a cláusula. Venancinha aceitou tudo.
Dous dias depois foram para a Tijuca. Venancinha ia menos alegre do que prometera; provavelmente era o exílio, ou pode ser também que algumas saudades. Em todo caso, o nome de Vasco subiu a Tijuca, se não em ambas as cabeças, ao menos na da tia, onde era uma espécie de eco, um som remoto e brando, alguma cousa que parecia vir do tempo da Stoltz e do ministério Paraná. Cantora e ministério, cousas frágeis, não o eram menos que a ventura de ser moça, e onde iam essas três eternidades? Jaziam nas ruínas de trinta anos. Era tudo o que D. Paula tinha em si e diante de si.
Já se entende que o outro Vasco, o antigo, também foi moço e amou. Amaram-se, fartaram-se um do outro, à sombra do casamento, durante alguns anos, e, como o vento que passa não guarda a palestra dos homens, não há meio de escrever aqui o que então se disse da aventura. A aventura acabou; foi uma sucessão de horas doces e amargas, de delícias, de lágrimas, de cóleras, de arroubos, drogas várias com que encheram a esta senhora a taça das paixões. D. Paula esgotou-a inteira e emborcou-a depois para não mais beber. A saciedade trouxe-lhe a abstinência, e com o tempo foi esta última fase que fez a opinião. Morreu-lhe o marido e foram vindo os anos. D. Paula era agora uma pessoa austera e pia, cheia de prestígio e consideração.
A sobrinha é que lhe levou o pensamento ao passado. Foi a presença de uma situação análoga, de mistura com o nome e o sangue do mesmo homem, que lhe acordou algumas velhas lembranças. Não esqueçam que elas estavam na Tijuca, que iam viver juntas algumas semanas, e que uma obedecia à outra; era tentar e desafiar a memória — Mas nós deveras não voltamos à cidade tão cedo? perguntou Venancinha rindo, no outro dia de manhã.
—Já estás aborrecida? —Não, não, isso nunca, mas pergunto...
D. Paula, rindo também, fez com o dedo um gesto negativo; depois, perguntou-lhe se tinha saudades cá de baixo. Venancinha respondeu que nenhumas; e para dar mais força à resposta, acompanhou-a de um descair dos cantos da boca, a modo de indiferença e desdém. Era pôr demais na carta, D. Paula tinha o bom costume de não ler às carreiras, como quem vai salvar o pai da forca, mas devagar, enfiando os olhos entre as sílabas e entre as letras, para ver tudo, e achou que o gesto da sobrinha era excessivo.
"Eles amam-se!" pensou ela.
A descoberta avivou o espírito do passado. D. Paula forcejou por sacudir fora essas memórias importunas; elas, porém, voltavam, ou de manso ou de assalto, como raparigas que eram, cantando, rindo, fazendo o diabo. D. Paula tornou aos seus bailes de outro tempo, às suas eternas valsas que faziam pasmar a toda a gente, às mazurcas, que ela metia à cara das sobrinha como sendo a mais graciosa cousa do mundo, e aos teatros, e às cartas, e vagamente, aos beijos; mas tudo isso — e esta é a situação — tudo isso era como as frias crônicas, esqueleto da história, sem a alma da história. Passava-se tudo na cabeça. D. Paula tentava emparelhar o coração com o cérebro, a ver se sentia alguma cousa além da pura repetição mental, mas, por rnais que evocasse as comoções extintas, não lhe voltava nenhuma. Cousas truncadas! Se ela conseguisse espiar para dentro do coração da sobrinha , pode ser que achasse ali a sua imagem, e então... Desde que esta idéia penetrou no espírito de D. Paula, complicou-lhe um pouco a obra de reparação e cura. Era sincera, tratava da alma da ourta, queria vê-la restituída ao marido. Na constância do pecado é que se pode desejar que outros pequem também, para descer de companhia ao purgatório; mas aqui o pecado já não existia. D. Paula mostrava à sobrinha a superioridade do marido, as suas virtudes e assim também as paixões, que podiam dar um mau desfecho ao casamento, pior que trágico, o repúdio.
Conrado, na primeira visita que lhes fez, nove dias depois, confirmou a advertência da tia; entrou frio e saiu frio. Venancinha ficou aterrada. Esperava que os nove dias de separação tivessem abrandado o marido, e, em verdade, assim era; mas ele mascarou-se à entrada e conteve-se para não capitular. E isto foi mais salutar que tudo o mais. O terror de perder o marido foi o principal elemento de restauração. O próprio desterro não pôde tanto.
Vai senão quando, dois dias depois daquela visita, estando ambas ao portão da chácara, prestes a sair para o passeio do costume, viram vir um cavaleiro. Venancinha fixou a vista, deu um pequeno grito, e correu a esconder-se atrás do muro. D. Paula compreendeu e ficou. Quis ver o cavaleiro de mais perto; viu-o dali a dois ou três minutos, um galhardo rapaz, elegante, com as suas finas botas lustrosas, muito bem-posto no selim; tinha a mesma cara do outro Vasco, era o filho; o mesmo jeito da cabeça, um pouco à direita, os mesmos ombros largos, os mesmos olhos redondos e profundos.
Nessa mesma noite, Venancinha contou-lhe tudo, depois da primeira palavra que ela lhe arrancou. Tinham-se visto nas corridas, uma vez, logo que ele chegou da Europa. Quinze dias depois, foi-lhe apresentado em um baile, e pareceu-lhe tão bem, com um ar tão parisiense, que ela falou dele, na manhã seguinte, ao marido. Conrado franziu o sobrolho, e foi este gesto que lhe deu uma idéia que até então não tinha. Começou a vê-lo com prazer; daí a ponco com certa ansiedade. Ele falava-lhe respeitosamente, dizia-lhe cousas amiga, que ela era a mais bonita moça do Rio, e a mais elegante, que já em Paris ouvira elogiá-la muito, por algumas senhoras da família Alvarenga. Tinha graça em criticar os outros, e sabia dizer também umas palavras sentidas, como ninguém. Não falava de amor, mas perseguia-a com os olhos, e ela, por mais que afastasse os seus, não podia afastá-los de todo. Começou a pensar nele, amiudadamente, com interesse, e quando se encontravam, batia-lhe muito o coração, pode ser que ele lhe visse então, no rosto, a impressão que fazia.
D. Paula, inclinada para ela, ouvia essa narração, que aí fica apenas resumida e coordenada. Tinha toda a vidda nos olhos; a boca meio aberta, parecia beber as palavras da sobrinha, ansiosamente, como um cordial. E pedia-lhe mais, que lhe contasse tudo, tudo. Venancinha criou confiança. O ar da tia era tão jovem, a exortação tão meiga e cheia de um perdão antecipado, que ela achou ali uma confidente e amiga, não obstante algumas frases severas que lhe ouviu, mescladas às outras, por um motivo de inconsciente hipocrisia. Não digo cálculo; D. Paula enganava-se a si mesma. Podemos compará-la a um general inválido, que forceja por achar um pouco do antigo ardor na audiência de outras campanhas.
—Já vês que teu marido tinha razão, dizia ela; foste imprudente, muito imprudente...
Venancinha achou que sim, mas jurou que estava tudo acabado.
— Receio que não. Chegaste a amá-lo deveras? —Titia...
—Tu ainda gostas dele! —Juro que não. Não gosto; mas confesso... sim... confesso que gostei. . . Perdoe-me tudo; não diga nada a Conrado; estou arrependida... Repito que a princípio um pouco fascinada... Mas que quer a senhora? — Ele declarou-te alguma cousa? —Declarou; foi no teatro, uma noite, no Teatro Lírico, à saída. Tinha costume de ir buscar-me ao camarote e conduzir-me até o carro, e foi à saída... duas palavras...
D. Paula não perguntou, por pudor, as próprias palavras do namorado, mas imaginou as circunstâncias, o corredor, os pares que saíam, as luzes, a multidão, o rumor das vozes, e teve o poder de representar, com o quadro, um pouco das sensações dela; e pediu-lhas com interesse, astutamente.
—Não sei o que senti, acudiu a moça cuja comoção crescente ia desatando a língua; não me lembro dos primeiros cinco minutos. Creio que fiquei séria; em todo o caso, não lhe disse nada. Pareceu-me que toda gente olhava para nós, que teriam ouvido, e quando alguém me cumprimentava sorrindo, dava-me idéia de estar caçoando. Desci as escadas não sei como, entrei no carro sem saber o que fazia; ao apertar-lhe a mão, afrouxei bem os dedos. Juro-lhe que não queria ter ouvido nada. Conrado disse-me que tinha sono, e encostou-se ao fundo do carro; foi melhor assim, porque eu não sei que diria, se tivéssemos de ir conversando. Encostei-me também, mas por pouco tempo; não podia estar na mesma posição. Olhava para fora através dos vidros, e via só o clarão dos lampiões, de quando em quando, e afinal nem isso mesmo; via os corredores do teatro, as escadas, as pessoas todas, e ele ao pé de mim, cochichando as palavras, duas palavras só, e não posso dizer o que pensei em todo essse tempo; tinha as idéias baralhadas, confusas, uma revolução em mim . . .
— Mas, em casa? —Em casa, despindo-me, é que pude refletir um pouco, mas muito pouco. Dormi tarde, e mal. De manhã, tinha a cabeça aturdida. Não posso dizer que estava alegre nem triste, lembro-me que pensava muito nele, e para arredá-lo prometi a mim mesma revelar tudo ao Conrado; mas o pensamento voltava outra vez. De quando em quando, parecia-me escutar a voz dele, e estremecia. Cheguei a lembrar-me que, à despedida, lhe dera os dedos frouxos, e sentia, não sei como diga, uma espécie de arrependimento, um medo de o ter ofendido... e depois vinha o desejo de o ver outra vez... Perdoe-me, titia; a senhora é que quer que lhe conte tudo.
A resposta de D. Paula foi apertar-lhe muito a mão e fazer um gesto de cabeça. Afinal achava alguma cousa de outro tempo, ao contacto daquelas sensações ingenuamente narradas. Tinha os olhos ora meio cerrados, na sonolência da recordação, — ora aguçados de curiosidade e calor, e ouvia tudo, dia por dia, encontro por encontro, a própria cena do teatro, que a sobrinha a princípio lhe ocultara. E vinha tudo o mais, horas de ânsia, de saudade, de medo, de esperança, desalentos, dissimulações, ímpetos, toda a agitação de uma criatura em tais circunstâncias, nada dispensava a curiosidade insaciável da tia. Não era um livro, não era sequer um capítulo de adultério, mas um prólogo, — interessante e violento.
Venancinha acabou. A tia não lhe disse nada, deixou-se estar metida em si mesma; depois acordou, pegou-lhe na mão e puxou-a. Não lhe falou logo; fitou primeiro, e de perto, toda essa mocidade, inquieta e palpitante, a boca fresca, os olhos ainda infinitos, e só voltou a si quando a sobrinha lhe pediu outra vez perdão. D. Paula disse-lhe tudo o que a ternura e a austeridade da mãe lhe poderia dizer, falou-lhe de castidade, de amor ao marido, de respeito público; foi tão eloqüente que Venancinha não pôde conter-se, e chorou.
Veio o chá, mas não há chá possível depois de certas confidências. Venancinha recolheu-se logo, e, como a luz era agora maior, saiu da sala com os olhos baixos, para que o criado lhe não visse a comoção. D. Paula ficou diante da mesa e do criado. Gastou vinte minutos, ou pouco menos, em beber uma xícara de chá e roer um biscouto, e apenas ficou só, foi encostar-se à janela, que dava para a chácara.
Ventava um pouco, as folhas moviam-se sussurrando, e, conquanto não fossem as mesmas do outro tempo, ainda assim perguntavam-lhe: "Paula, você lembra-se do outro tempo?" Que esta é a particularidade das folhas, as gerações que passam contam às que chegam as cousas que viram, e é assim que todas sabem tudo e perguntam por tudo. Você lembra-se do outro tempo? Lembrar, lembrava, mas aquela sensação de há pouco, reflexo apenas, tinha agora cessado. Em vão repetia as palavras da sobrinha, farejando o ar agreste da noite: era só na cabeça que achava algum vestígio, reminiscências, cousas truncadas. O coração empacara de novo, o sangue ia outra vez com a andadura do costume. Faltava-lhe o contacto moral da outra. E continuava, apesar de tudo, diante da noite, que era igual às outras noites de então, e nada tinha que se parecesse com as do tempo da Stoltz e do Marquês de Paraná; mas continuava, e lá dentro as pretas espalhavam o sono contando anedotas, e diziam, uma ou outra vez, impacientes: —Sinhá velha hoje deita tarde como diabo!
FIM
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
RESUMO DO ROMANCE A ESCRAVA ISAURA
1. Nome da Obra: A Escrava Isaura
Autor: Bernardo Guimaraens
2. FOCO NARRATIVO
O foco narrativo do livro Escrava Isaura é na terceira pessoa.
3. PROTAGONISTA
Isaura: Uma escrava branca, da cor do marfim, magra, estatura pequena, cabelos longos, muito bonita, pura, virginal, possuía um caráter nobre, inteligente, era dotada de natural bondade e muito singela de coração, além disso, sabia ler e escrever, falava italiano, francês e tocava piano.
4. ANTAGONISTA
Leôncio é o vilão leviano, devasso e insensível que, de “criança incorrigível e insubordinada” e adolescente que sangra a carteira do pai com suas aventuras, acaba por tornar-se um homem cruel e inescrupuloso. Homem de aparência rude era o herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador, seu pai. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor.
5. OUTROS PERSONAGENS
Comendador Almeida (Dono da Fazenda) um homem rude, imundo, avarento e canalha.
Feitor Miguel (pai de Isaura e Capataz da Fazenda), homem bom e forte. Tratara bem aos escravos.
Juliana (mãe de Isaura). Era a mais linda escrava e sofria de privações, por não querer ser amante do Comendador Almeida.
Leôncio (filho do Comendador Almeida), mau caráter, dominador, mandão, mas de boa aparência.
Malvina (esposa de Leôncio), mulher dócil e bonita.
Henrique (cunhado de Leôncio), rapaz bom, estudioso e rico.
Elvira e Anselmo (nomes de Isaura e Miguel, quando fogem e vão morar em Recife)
Álvaro (abolicionista), moço bonito, rico, liberal e republicano.
Martinho (estudante), ganancioso e desprezível, cabeça grande, cara larga, feições grosseiras, olhos pardos e pequeninos.
Belchior (Jardineiro), um ser disforme e desprezível. É o símbolo da estupidez submissa e também sua descrição física se presta a demonstrar sua conduta: feio, cabeludo, atarracado e corcunda.
Dr. Geraldo: é um advogado conceituado, que serve como fiel da balança para Álvaro, já que procura equilibrar os arroubos do amigo, mostrando-lhe a realidade dos fatos.
6. TEMPO (QUANDO A DURAÇÃO APROXIMADAMENTE DA HISTÓRIA)
Escrito na campanha abolicionista (1875). O autor pretende, nesta obra, fazer uma acusação documentada anti - escravo e da liberdade. O autor explorou uma das questões mais polêmicas da sociedade brasileira da época: a escravidão.
7. LUGAR (ES) ONDE ACONTECEU O ROMANCE.
Município de Campos de Goitacases (Rio de Janeiro) e Recife.
8. RELATO DO ENREDO DA OBRA.
Em uma bela fazenda, no município de Campos de Goitacases (RJ), morava Isaura, uma linda escrava de cor de marfim. Isaura era filha de uma bonita escrava que por não se sujeitar aos sórdidos desejos do senhor comendador Almeida (dono da casa) sofreu as mais terríveis privações. Esta escrava teve um caso com o feitor Miguel, que era um bom homem e não aceitou castigá-la como mandou o seu senhor, sendo Isaura fruto desse relacionamento. Isaura foi educada pela mulher do comendador, e era dotada de natural bondade e candura do coração além de saber ler, escrever, italiano, francês e piano. A mulher do comendador tinha desejo de libertar Isaura, porém não fazia para conservá-la perto e assim ter companhia.
O Sr. Almeida se aposenta, retirando-se para a corte e entrega a fazenda a seu filho Leôncio. Este era digno herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador.
Casou-se por especulação. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor. Ele chega à fazenda com sua mulher - Malvina - e seu cunhado - Henrique. Malvina era mulher dócil e tratava Isaura muito bem. Henrique era um filho rico, estudante de medicina, e também ficou tocado pela beleza de Isaura. Morre a mãe de Leôncio sem deixar testamento que libertasse Isaura.
Henrique rapidamente percebe as intenções de Leôncio para com Isaura. Temendo que ele traia sua irmã, adverte que não vai tolerar tal ato. Henrique se oferece como amante para Isaura e daria em troca sua liberdade. O jardineiro da fazenda, um ser disforme e desprezível, também se oferece como amante. Isaura não dá atenção a essas propostas, e diz nunca casar sem amor. Leôncio é avistado por Henrique e Malvina quando fazia semelhante proposta à Isaura. Malvina sentencia: ou ela (Isaura) ou eu.
No mesmo momento da calorosa discussão, aparece o pai de Isaura com o dinheiro suficiente, uma enorme quantia de 10 contos de réis, para comprar a liberdade dela conforme havia prometido o comendador Almeida. Leôncio não aceita o dinheiro e dá desculpas .
Morre o pai de Leôncio e ele finge imensa tristeza por dias, e fica temporariamente sem brigar com a mulher. Passado certo tempo, Malvina continua a pressão para libertar Isaura. Com as desculpas e adiamentos de Leôncio, ela decide voltar para casa do seu pai. A sua saída era caminho livre para os intentos indecentes de Leôncio. Como Isaura continuava a resistir, Leôncio ameaça com torturas. Miguel, sabendo do acontecido, decide fugir com Isaura para o Norte.
Chegando a Recife, Isaura muda seu nome para Elvira e Miguel para Anselmo (para ninguém os descobrirem) passando a morarem numa chácara no bairro de Santo Antônio. Álvaro era um moço rico, filho de uma distinta e opulente família, liberal, republicano e abolicionista ao extremo.
Ele avista Isaura ao passear perto da sua chácara e a conhece, passando a visitá-la constantemente. Álvaro se utiliza de todos os meios para convencer Isaura a ir a um baile com ele. Isaura não queria ir para não enganar a sociedade e iludir o seu amante. Ela por diversas vezes tentou contar a Álvaro que se tratava de uma escrava fugida, mas não tinha coragem.
No baile, Isaura se destaca no meio de todas as mulheres devido a sua beleza e por tocar muito bem piano. Contudo, é reconhecida por Martinho - um estudante de sórdida ganância e espírito de cobiça - que havia guardado um anúncio de escravo fugido. Ele provoca um escândalo durante o baile e Isaura confessa diante de toda a sociedade se tratar de uma escrava. Álvaro, não obstante, defende Isaura das mãos imundas de Martinho. Martinho, sem conseguir levá-la, escreve para Leôncio informando que havia achado sua escrava.
Graças à valiosa intervenção de Álvaro, Miguel e Isaura continuam na sua chácara em Santo Antônio na espera das ações que ele havia prometido tomar. Isaura conta que fugiu para escapar do amor de um senhor cruel. Enquanto Álvaro se encontrava na chácara, Leôncio aparece para sua surpresa e exige levar Isaura. Leôncio encontrava-se munido de um mandado de prisão contra Miguel e guardas para levar sua escrava.
A aparição é seguida de forte discussão e Álvaro avança contra Leôncio. A briga é cessada com a aparição de Isaura que se entrega ao seu senhor.
Isaura volta à fazenda onde fica na mais completa reclusão. Leôncio volta para Malvina, pois iria precisar do seu dinheiro. Miguel é ludibriado na cadeia e convencido
a tentar persuadir Isaura a se casar com Belchior, o jardineiro da fazenda, em troca da liberdade sua e da filha.
Isaura aceita o sacrifício, pois estava sem forças e sem esperança. Leôncio já havia tomado todas as providências para o casamento, quando é informado que alguns cavalheiros chegaram. Pensando se tratar do vigário e do tabelião, manda eles entrarem. Fica surpreso ao ver Álvaro. Este tinha ido ao Rio de Janeiro e descobre com alguns comerciantes que Leôncio estava falido. Compra os seus créditos e fica dono de toda a dívida de Leôncio.
Álvaro fala para Leôncio que nada mais o pertence, que toda a sua fazenda incluindo os escravos passava a ser dele com a execução dos débitos. Isaura abraça Álvaro. Leôncio jura que nunca irá implorar a sua generosidade para abrandar a dívida. Ele se ausenta da sala e se mata.
9. Vocabulário:
Sórdidos: sujo, imundo, nojento.
Candura: cândido, singelo.
Devassidão: devasso, libertinagem.
Especulação: investigação.
Disforme: desfigurado, horroroso.
Opulente: abundância, luxo, grande riqueza.
Ganância: anciã exagerada de ganho.
Reclusão: Prisão.
Autor: Bernardo Guimaraens
2. FOCO NARRATIVO
O foco narrativo do livro Escrava Isaura é na terceira pessoa.
3. PROTAGONISTA
Isaura: Uma escrava branca, da cor do marfim, magra, estatura pequena, cabelos longos, muito bonita, pura, virginal, possuía um caráter nobre, inteligente, era dotada de natural bondade e muito singela de coração, além disso, sabia ler e escrever, falava italiano, francês e tocava piano.
4. ANTAGONISTA
Leôncio é o vilão leviano, devasso e insensível que, de “criança incorrigível e insubordinada” e adolescente que sangra a carteira do pai com suas aventuras, acaba por tornar-se um homem cruel e inescrupuloso. Homem de aparência rude era o herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador, seu pai. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor.
5. OUTROS PERSONAGENS
Comendador Almeida (Dono da Fazenda) um homem rude, imundo, avarento e canalha.
Feitor Miguel (pai de Isaura e Capataz da Fazenda), homem bom e forte. Tratara bem aos escravos.
Juliana (mãe de Isaura). Era a mais linda escrava e sofria de privações, por não querer ser amante do Comendador Almeida.
Leôncio (filho do Comendador Almeida), mau caráter, dominador, mandão, mas de boa aparência.
Malvina (esposa de Leôncio), mulher dócil e bonita.
Henrique (cunhado de Leôncio), rapaz bom, estudioso e rico.
Elvira e Anselmo (nomes de Isaura e Miguel, quando fogem e vão morar em Recife)
Álvaro (abolicionista), moço bonito, rico, liberal e republicano.
Martinho (estudante), ganancioso e desprezível, cabeça grande, cara larga, feições grosseiras, olhos pardos e pequeninos.
Belchior (Jardineiro), um ser disforme e desprezível. É o símbolo da estupidez submissa e também sua descrição física se presta a demonstrar sua conduta: feio, cabeludo, atarracado e corcunda.
Dr. Geraldo: é um advogado conceituado, que serve como fiel da balança para Álvaro, já que procura equilibrar os arroubos do amigo, mostrando-lhe a realidade dos fatos.
6. TEMPO (QUANDO A DURAÇÃO APROXIMADAMENTE DA HISTÓRIA)
Escrito na campanha abolicionista (1875). O autor pretende, nesta obra, fazer uma acusação documentada anti - escravo e da liberdade. O autor explorou uma das questões mais polêmicas da sociedade brasileira da época: a escravidão.
7. LUGAR (ES) ONDE ACONTECEU O ROMANCE.
Município de Campos de Goitacases (Rio de Janeiro) e Recife.
8. RELATO DO ENREDO DA OBRA.
Em uma bela fazenda, no município de Campos de Goitacases (RJ), morava Isaura, uma linda escrava de cor de marfim. Isaura era filha de uma bonita escrava que por não se sujeitar aos sórdidos desejos do senhor comendador Almeida (dono da casa) sofreu as mais terríveis privações. Esta escrava teve um caso com o feitor Miguel, que era um bom homem e não aceitou castigá-la como mandou o seu senhor, sendo Isaura fruto desse relacionamento. Isaura foi educada pela mulher do comendador, e era dotada de natural bondade e candura do coração além de saber ler, escrever, italiano, francês e piano. A mulher do comendador tinha desejo de libertar Isaura, porém não fazia para conservá-la perto e assim ter companhia.
O Sr. Almeida se aposenta, retirando-se para a corte e entrega a fazenda a seu filho Leôncio. Este era digno herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador.
Casou-se por especulação. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor. Ele chega à fazenda com sua mulher - Malvina - e seu cunhado - Henrique. Malvina era mulher dócil e tratava Isaura muito bem. Henrique era um filho rico, estudante de medicina, e também ficou tocado pela beleza de Isaura. Morre a mãe de Leôncio sem deixar testamento que libertasse Isaura.
Henrique rapidamente percebe as intenções de Leôncio para com Isaura. Temendo que ele traia sua irmã, adverte que não vai tolerar tal ato. Henrique se oferece como amante para Isaura e daria em troca sua liberdade. O jardineiro da fazenda, um ser disforme e desprezível, também se oferece como amante. Isaura não dá atenção a essas propostas, e diz nunca casar sem amor. Leôncio é avistado por Henrique e Malvina quando fazia semelhante proposta à Isaura. Malvina sentencia: ou ela (Isaura) ou eu.
No mesmo momento da calorosa discussão, aparece o pai de Isaura com o dinheiro suficiente, uma enorme quantia de 10 contos de réis, para comprar a liberdade dela conforme havia prometido o comendador Almeida. Leôncio não aceita o dinheiro e dá desculpas .
Morre o pai de Leôncio e ele finge imensa tristeza por dias, e fica temporariamente sem brigar com a mulher. Passado certo tempo, Malvina continua a pressão para libertar Isaura. Com as desculpas e adiamentos de Leôncio, ela decide voltar para casa do seu pai. A sua saída era caminho livre para os intentos indecentes de Leôncio. Como Isaura continuava a resistir, Leôncio ameaça com torturas. Miguel, sabendo do acontecido, decide fugir com Isaura para o Norte.
Chegando a Recife, Isaura muda seu nome para Elvira e Miguel para Anselmo (para ninguém os descobrirem) passando a morarem numa chácara no bairro de Santo Antônio. Álvaro era um moço rico, filho de uma distinta e opulente família, liberal, republicano e abolicionista ao extremo.
Ele avista Isaura ao passear perto da sua chácara e a conhece, passando a visitá-la constantemente. Álvaro se utiliza de todos os meios para convencer Isaura a ir a um baile com ele. Isaura não queria ir para não enganar a sociedade e iludir o seu amante. Ela por diversas vezes tentou contar a Álvaro que se tratava de uma escrava fugida, mas não tinha coragem.
No baile, Isaura se destaca no meio de todas as mulheres devido a sua beleza e por tocar muito bem piano. Contudo, é reconhecida por Martinho - um estudante de sórdida ganância e espírito de cobiça - que havia guardado um anúncio de escravo fugido. Ele provoca um escândalo durante o baile e Isaura confessa diante de toda a sociedade se tratar de uma escrava. Álvaro, não obstante, defende Isaura das mãos imundas de Martinho. Martinho, sem conseguir levá-la, escreve para Leôncio informando que havia achado sua escrava.
Graças à valiosa intervenção de Álvaro, Miguel e Isaura continuam na sua chácara em Santo Antônio na espera das ações que ele havia prometido tomar. Isaura conta que fugiu para escapar do amor de um senhor cruel. Enquanto Álvaro se encontrava na chácara, Leôncio aparece para sua surpresa e exige levar Isaura. Leôncio encontrava-se munido de um mandado de prisão contra Miguel e guardas para levar sua escrava.
A aparição é seguida de forte discussão e Álvaro avança contra Leôncio. A briga é cessada com a aparição de Isaura que se entrega ao seu senhor.
Isaura volta à fazenda onde fica na mais completa reclusão. Leôncio volta para Malvina, pois iria precisar do seu dinheiro. Miguel é ludibriado na cadeia e convencido
a tentar persuadir Isaura a se casar com Belchior, o jardineiro da fazenda, em troca da liberdade sua e da filha.
Isaura aceita o sacrifício, pois estava sem forças e sem esperança. Leôncio já havia tomado todas as providências para o casamento, quando é informado que alguns cavalheiros chegaram. Pensando se tratar do vigário e do tabelião, manda eles entrarem. Fica surpreso ao ver Álvaro. Este tinha ido ao Rio de Janeiro e descobre com alguns comerciantes que Leôncio estava falido. Compra os seus créditos e fica dono de toda a dívida de Leôncio.
Álvaro fala para Leôncio que nada mais o pertence, que toda a sua fazenda incluindo os escravos passava a ser dele com a execução dos débitos. Isaura abraça Álvaro. Leôncio jura que nunca irá implorar a sua generosidade para abrandar a dívida. Ele se ausenta da sala e se mata.
9. Vocabulário:
Sórdidos: sujo, imundo, nojento.
Candura: cândido, singelo.
Devassidão: devasso, libertinagem.
Especulação: investigação.
Disforme: desfigurado, horroroso.
Opulente: abundância, luxo, grande riqueza.
Ganância: anciã exagerada de ganho.
Reclusão: Prisão.
resumos de leituras obrigatorias para o prise
O VELHO DA HORTA
Análise da obra
Em O Velho da Horta, de 1512, Gil Vicente revela perfeito domínio do diálogo e grande poder de lidar com personagens e ações que se aproximam da comicidade. Utiliza pouco aparato cênico, colocando toda a ação em um mesmo cenário (a horta) e os acontecimentos que se realizam fora da horta são referidos como fatos que vêm de fora. Todos os episódios têm uma única direção: o desfecho, e isso garante a unidade da peça.
O Velho da Horta é uma peça de enredo, na qual se desenvolve uma ação contínua e encadeada, em torno de um episódio extraído da vida real, ou em torno de uma série de episódios envolvendo uma personagem central, ou articulando uma ação dramática homogênea e completamente desenvolvida, com um travejamento mais complexo, com começo, meio e fim.
Gil Vicente é um criador de tipos. A linguagem do Velho é um arremedo da poesia palaciana. A linguagem da Moça é zombeteira e se contrapõe à do velho. A obra é uma peça de teatro escrita em versos.
O argumento gira em torno das desventuras de um homem já entrado nos anos e seu frustrado amor por uma jovem que vem à sua horta comprar verduras. Por meio do diálogo entre o velho e a jovem, Gil Vicente capta a crueza de uma situação que oscila entre o ridículo e o ilusório. O Velho apaixonado deixa-se levar por um amor imprudente e obcecado; a Moça, motivo dos sonhos do Velho, é irônica, sarcástica e retribui as declarações de amor com zombarias.
A cena inicial é marcada pela tentativa de conquista e o diálogo se dá entre o lirismo enamorado do Velho e os ditos zombeteiros da Moça. Em seguida, entra em cena uma alcoviteira que oferece seus préstimos profissionais para garantir ao Velho a posse da amada. Mediante promessas de que o êxito está próximo, a mulher extorque toda a riqueza do Velho. Finalmente, entra em cena a Justiça que prende a alcoviteira, mas retira do Velho a esperança de ver realizado tão louco amor. No final, vem a notícia de que a jovem que motivou tão tresloucada paixão casou-se.
Estrutura da obra
Quatro versos em redondilhas maiores e um quinto verso com três sílabas métricas. Os conceitos formulados pelo Velho acerca da natureza do amor são do formulário lírico dos poetas quinhentistas (Petrarca). A interlocução do Velho apaixonado, contagiado pelo gosto das antíteses e pelo conceito do conflito entre a razão e o sentimento amoroso:
“que morrer é acabar
e amor não tem saída"
e amor não tem saída"
Temática
O tema central é o amor tardio, extemporâneo, as conseqüências desastrosas desse amor e o patético e ridículo do assédio de um velho, que se julga irresistível, a uma jovem esperta e prudente.
Personagens
Parvo – criado do Velho com pouca cultura,limitando-se a chamar-lhe às realidades primárias da vida (o comer) incapaz de compreender grandes dramas.
Alcoviteira – figura pitoresca da baixa sociedade peninsular astuciosa e mistificadora,cuja moral independe de todas as leis da sensibilidade.
Alcaide – antigo oficial de Justiça.
Beleguins – agentes de polícia.
Mocinha – personagem que vai até a horta comprar.
Mulher – espera do Velho.
Velho – idoso, proprietário de uma horta, apaixona-se subitamente por uma jovem compradora.
Moça – rapariga com certa experiência, já balzaquiana, com resposta ao pé da letra, confiante em si mesmo, disposta a zombar de um velho inofensivo,sem quebra da sua dignidade pessoal.
Observamos no enredo a seqüência magistral de estados de espírito com que a moça acata ou reage aos galanteios do velho.
Beleguins – agentes de polícia.
Mocinha – personagem que vai até a horta comprar.
Mulher – espera do Velho.
Velho – idoso, proprietário de uma horta, apaixona-se subitamente por uma jovem compradora.
Moça – rapariga com certa experiência, já balzaquiana, com resposta ao pé da letra, confiante em si mesmo, disposta a zombar de um velho inofensivo,sem quebra da sua dignidade pessoal.
Observamos no enredo a seqüência magistral de estados de espírito com que a moça acata ou reage aos galanteios do velho.
Enredo
A ação se inicia quando a Moça vai à horta do Velho buscar hortaliças, e este se apaixona perdidamente por ela. No diálogo entre ambos estabelecem-se dois planos de linguagem: a linguagem galanteadora do Velho, estereotipada, repleta de lugares-comuns da poesia palaciana do Cancioneiro Geral, cujo artificialismo Gil Vicente parodia ironicamente, e a linguagem zombeteira e às vezes mordaz da Moça que não se deixa enganar pelas palavras encantadoras do pretendente e não se sente atraída nem por ele , nem por sua fortuna, nem por sua "lábia" cortesã. São duas visões opostas da realidade: a visão idealizadora do Velho apaixonado e a visão realista da Moça.
Uma alcoviteira, Branca Gil, promete ao Velho a posse da jovem amada e, com isso, vai extorquindo todo seu dinheiro. Na cena final, o Velho, desenganado, só, e reduzido à pobreza, pois gastara tudo o que tinha, deixando ao desamparo suas quatro filhas, reconhece o seu engano e se arrepende.
A Alcoviteira é açoitada, e a Moça casa-se honestamente com um belo rapaz. A introdução ao texto da peça esclarece que a farsa foi encenada em 1512, na presença de D. Manuel I, rei de Portugal.
A Alcoviteira é açoitada, e a Moça casa-se honestamente com um belo rapaz. A introdução ao texto da peça esclarece que a farsa foi encenada em 1512, na presença de D. Manuel I, rei de Portugal.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Banquete Lítero Cultural 2011
Os alunos da Escola Salomão Matos estão de parabéns pelo trabalho desenvolvido na disciplina LITERATURA, ministrada pela professora Lucilene Alcântara, a mesma está maravilhada pelo belissimo trabalho sobre literatura comparada com as seguintes obras:" A Pata da Gazela", "Cinco Minutos" de José de Alencar e "Amor de Perdição" de Camilo Castelo Branco.
Aos alunos do terceiro ano noite, que fizeram ótimas análises dos poemas de Manuel Bandeira e Fernando Pessoa, seus heterônimos : Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Parabéns!
BOAS FÉRIAS, DIVIRTAM-SE !
Aos alunos do terceiro ano noite, que fizeram ótimas análises dos poemas de Manuel Bandeira e Fernando Pessoa, seus heterônimos : Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Parabéns!
BOAS FÉRIAS, DIVIRTAM-SE !
sábado, 30 de abril de 2011
Alunos do segundo ano manhã da turma R01, declamando e encenando o poema épico dramático"Navio Negreiro"de Castro Alves, que denuncia a escravidão e o transporte de negros para o Brasil. O poeta dos escravos,que cultivou a poesia lírica e social é considerado a principal expressão condoreira da poesia brasileira.
Quando o poema foi escrito, 1868,já fazia dezoito
anos que vigorava a Lei Eusébio de Quirós,que proibia o tráfico de escravos, mas a escravidão
no País persistia.
Portanto, sem a procupação de escrever sobre a
realidade imediata, Castro Alves faz uma recriação poética das cenas dramáticas do transporte de escravos no porão dos navios negreiros.
.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Novas ações para o banquete 2011(primeira ação)
Alunos da Escola Salomão Matos iniciaram as atividades com a primeira ação para o banquete Lítero Cultural. Os alunos do segundo ano estão envolvidos com atividades relacionadas ao Romantismo, como: pintura, o amor e a mulher romantica, declamação de poesias, declamação e encenação do poema o Navio Negreiro de Castro Alves e a escultura e a música romantica.
Autores: Castro Alves
Almeida Garrett
Alvares de Azevedo
Gonçalves Dias
A equipe explora com a maior confiança o Romantismo: origem, caracteristicas e pintura, os principais autores romanticos.
Foi uma atividade muito bem feito pelos alunos que apresentaram sobre os ítens explorados neste movimento que exalta de forma bem forte o sentimentalismo, a subjetividade, as emoções o eu, a primeira pessoa do discurso.
É UMA ESCULTURA ROMANTICA
PARABÉNS ALUNOS PELO TRABALHO QUE REALMENTE FOI MUITO BEM ESPLANADO, CONTINUEM ASSIM. UM ABRAÇO!
sábado, 16 de abril de 2011
questões relacionadas ao poema Ismália.
O poema Ismália é o mais popular de Alphonsus deGuimaraens.
1- Identifique alguns elementos responsáveis pela intensa musicalidade que caracteriza o poema , considerado antologico tanto em relação à produção do autor quanto em relação ao simbolismo brasileiro.
2- Relendo a 1ª e a 2ª estrofes, percebemos que o texto tem a loucura e a morte como tema.
a-A primeira estrofe desencadeia uma sequência de imagens com as quais o sujeito poético atribui uma dimensão lírica e metafisica à loucura de Ismália. Identifique e explique essas imagens.
b-Na segunda estrofe quais são os desejos de Ismália e o que representam?
3-Mencione e interprete as características temáticas simbolistas da terceira estrofe.
4-Na quarta estrofe, o que acontece com Ismália?
a-do ponto de vista de uma visão racional da existencia.
b-do ponto de vista de uma visão simbolista da existencia.
5-analise as proposições a seguir sobre o simbolismo, como escola literária. Escreva (F) para as falsas e (V) para as verdadeiras, seguindo a ordem em que se apresentam.
a-Apresenta-se como uma estética oposta à poesia objetiva,plástica e descritiva,praticada pelo Parnasianismo, e como uma recusa aos valores burgueses.
b-Define-se pelo antiintelectualismo e mergulha no irracional, descobrindo um mundo estranho de associações, de ideias e sensações.
c - Propõe uma poesia pura, hermética e misteriosa, que usa imagens , e não conceitos.
d-Foi um movimento de grande receptividade e repercussão junto ao público brasileiro.
e - Revolucionou a poesia da época, com o uso de versos livres e de uma temática materialista.
1- Identifique alguns elementos responsáveis pela intensa musicalidade que caracteriza o poema , considerado antologico tanto em relação à produção do autor quanto em relação ao simbolismo brasileiro.
2- Relendo a 1ª e a 2ª estrofes, percebemos que o texto tem a loucura e a morte como tema.
a-A primeira estrofe desencadeia uma sequência de imagens com as quais o sujeito poético atribui uma dimensão lírica e metafisica à loucura de Ismália. Identifique e explique essas imagens.
b-Na segunda estrofe quais são os desejos de Ismália e o que representam?
3-Mencione e interprete as características temáticas simbolistas da terceira estrofe.
4-Na quarta estrofe, o que acontece com Ismália?
a-do ponto de vista de uma visão racional da existencia.
b-do ponto de vista de uma visão simbolista da existencia.
5-analise as proposições a seguir sobre o simbolismo, como escola literária. Escreva (F) para as falsas e (V) para as verdadeiras, seguindo a ordem em que se apresentam.
a-Apresenta-se como uma estética oposta à poesia objetiva,plástica e descritiva,praticada pelo Parnasianismo, e como uma recusa aos valores burgueses.
b-Define-se pelo antiintelectualismo e mergulha no irracional, descobrindo um mundo estranho de associações, de ideias e sensações.
c - Propõe uma poesia pura, hermética e misteriosa, que usa imagens , e não conceitos.
d-Foi um movimento de grande receptividade e repercussão junto ao público brasileiro.
e - Revolucionou a poesia da época, com o uso de versos livres e de uma temática materialista.
Texto para o terceiro ano. ISMÀLIA
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu
, Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Alphonsus de Guimaraens.
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu
, Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Alphonsus de Guimaraens.
Poesias
Parabéns Sahra pela poesia.A leitura é essencial para uma boa produção. Continue assim, suce
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
volta as aulas
SEJAM TODOS BEM VINDOS!A ESCOLA SALOMÃO MATOS TE DESEJA SABEDORIA E SUCESSO NO ENSINO APRENDIZAGEM.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
texto para comentar
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O sonho encheu a noite/Extravasou pro meu dia/Encheu minha vida/E é dele que eu vou viver/Porque sonho não morre. Adélia Prado
Leia e faça seu comentário a respeito do que você pensa sobre fazer a diferença.
OS QUE FAZEM A DIFERENÇA!
Conta-se que após um feriado prolongado, o professor entrou na sala da Universidade para dar sua aula, mas os alunos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Depois de tentar,educadamente, por várias vezes, conseguir a atenção dos alunos para a aula, o professor perdeu a paciência e disse: “Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez”. Um silêncio carregado de culpa se instalou na sala e o professor continuou.”Desde que comecei a lecionar, e isso já faz muitos anos, descobri que nós professores trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que, de cada cem alunos apenas cinco fazem realmente alguma diferença no futuro. Apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.
O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que, de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença. De cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; de 100 conhecidos, quando muito, 5 são verdadeiros amigos, fraternos e de absoluta confiança. E podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.
É uma pena não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora. Assim, então, teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo, sabendo ter investido nos melhores. Mas,infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto.
Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje”. O silêncio se instalou na sala e o nível de atenção foi total. Afinal, nenhum dos alunos desejava fazer parte do “resto”, e sim, do grupo daqueles que realmente fazem a diferença. Mas, como bem lembrou o sábio professor, só o tempo dirá a que grupo cada um pertencerá. Só a atuação diária de cada pessoa a classificará, de fato, num ou noutro grupo.
Pense nisso! Se você deseja pertencer ao grupo dos que realmente fazem a diferença, procure ser especial em tudo o que faz. Desde um simples bilhete que escreve, às coisas mais importantes, faça com excelência. Seja fazendo uma faxina, atendendo um cliente, cuidando de uma criança ou de um idoso, limpando um jardim ou fazendo uma cirurgia, seja especial. Para ser alguém que faz a diferença, não importa o que você faz, mas como faz. Ou você faz tudo da melhor forma possível, ou fará parte do “resto”.
Pense nisso e seja alguém que faz a diferença… Alguém que com sua ação torna a vida das pessoas melhores.
(desconheço a autoria)
O sonho encheu a noite/Extravasou pro meu dia/Encheu minha vida/E é dele que eu vou viver/Porque sonho não morre. Adélia Prado
Leia e faça seu comentário a respeito do que você pensa sobre fazer a diferença.
OS QUE FAZEM A DIFERENÇA!
Conta-se que após um feriado prolongado, o professor entrou na sala da Universidade para dar sua aula, mas os alunos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Depois de tentar,educadamente, por várias vezes, conseguir a atenção dos alunos para a aula, o professor perdeu a paciência e disse: “Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez”. Um silêncio carregado de culpa se instalou na sala e o professor continuou.”Desde que comecei a lecionar, e isso já faz muitos anos, descobri que nós professores trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que, de cada cem alunos apenas cinco fazem realmente alguma diferença no futuro. Apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.
O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que, de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença. De cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; de 100 conhecidos, quando muito, 5 são verdadeiros amigos, fraternos e de absoluta confiança. E podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.
É uma pena não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora. Assim, então, teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo, sabendo ter investido nos melhores. Mas,infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto.
Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje”. O silêncio se instalou na sala e o nível de atenção foi total. Afinal, nenhum dos alunos desejava fazer parte do “resto”, e sim, do grupo daqueles que realmente fazem a diferença. Mas, como bem lembrou o sábio professor, só o tempo dirá a que grupo cada um pertencerá. Só a atuação diária de cada pessoa a classificará, de fato, num ou noutro grupo.
Pense nisso! Se você deseja pertencer ao grupo dos que realmente fazem a diferença, procure ser especial em tudo o que faz. Desde um simples bilhete que escreve, às coisas mais importantes, faça com excelência. Seja fazendo uma faxina, atendendo um cliente, cuidando de uma criança ou de um idoso, limpando um jardim ou fazendo uma cirurgia, seja especial. Para ser alguém que faz a diferença, não importa o que você faz, mas como faz. Ou você faz tudo da melhor forma possível, ou fará parte do “resto”.
Pense nisso e seja alguém que faz a diferença… Alguém que com sua ação torna a vida das pessoas melhores.
(desconheço a autoria)
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